Meu corpo seco, elástico e pequeno
Rolou, de envolta com vertigens de astros,
E rasgouondas, montes, alabastros,
Atrás nem sei de que longínquo aceno...
Com as feras travou comércio obsceno,
Sob troncos mais altos do que os mastros;
E abraçado no chão, transpôs de rastros
Desertos mudos dum pavor sereno.
Pendurado do braço dum candeeiro,
Fixo a uma cruz, ardido num braseiro,
Morreu, - ressuscitando a cada morte.
Venho e vou...! venho e vou...!, sempre! E é inútil
Querer vestir qualquer paragem fútil,
Que o tal aceno incógnito é mais forte...
José Régio