segunda-feira, 2 de março de 2009

SONETO DO JOSÉ MATIAS


Aquela aparição, aquela espuma
Que finge ter também um corpo..., aquela
Que é por de mais subtil, por de mais bela,
Para existir aquém do sonho e a bruma,

Aquela em quem amei nem sei que suma
De nuvem, flor, árvore, névoa, estrela,
Aquela que a mim próprio me revela,
E me é todas as mais sem ser nenhuma,

Sim, tem um nome, é quase uma qualquer,
(Tem o nome de Elisa...) e foi mulher
Dum que a deixou, morrendo, ao dono actual.

Esses, não eu!, te gozem, corpo triste.
A Beleza que encarnas e traíste
Só desce até cá baixo ao meu portal...


José Régio

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