quinta-feira, 5 de março de 2009

SEGUE NO PRÓXIMO NÚMERO


Meu corpo seco, elástico e pequeno
Rolou, de envolta com vertigens de astros,
E rasgouondas, montes, alabastros,
Atrás nem sei de que longínquo aceno...

Com as feras travou comércio obsceno,
Sob troncos mais altos do que os mastros;
E abraçado no chão, transpôs de rastros
Desertos mudos dum pavor sereno.

Pendurado do braço dum candeeiro,
Fixo a uma cruz, ardido num braseiro,
Morreu, - ressuscitando a cada morte.

Venho e vou...! venho e vou...!, sempre! E é inútil
Querer vestir qualquer paragem fútil,
Que o tal aceno incógnito é mais forte...


José Régio

3 comentários:

  1. É melhor não nos vestirmos de nada! *

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  2. Gostamos mto de poesia! Bonito cantinho o teu! *
    Quentes&Boas

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  3. José Régio, no seu melhor! Hája força para aguentar o tranco....

    beijos do sul

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