I
Ah! Não sermos nós o primitivo ser!
Núcleo de plasma num pântano quente.
Vida e morte, fecundar e nascer
Emanando de seivas, mudamente.
Folha de alga ou colina em areal,
Formações erosivas, verticais.
Já o insecto, a asa de pardal,
Seriam perfeição, e dor a mais.
II
Desprezível o cinismo e o amor,
O desespero, saudade e quem tem esperança.
Nós somos deuses minados de dor,
Mas sem que Deus nos saia da lembrança.
Baía amena. Escuros sonhos fetais.
Botões-bola-de-neve: chumbo estelar.
Panteras de veludo em matagais.
Só margens. E o apelo eterno do mar.
(Autor desconhecido)
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