Que de estranheza em mim não caio,
Querida. Brilhante como a lua,
Como lua em mês de Maio.
Tens dois seios,
Pêlos e lisa musculatura.
Ancas prometendo largos meneios,
Dançarina de flexível cintura.
Entrega-te! Na rua em frente
Caem chuvas. Vazio o envidraçado,
A esconder-nos... - de toda, toda a gente! -
Quanto pesa o teu cabelo? É muito pesado.
- Que é dos teus beijos? Tenho a garganta azedada,
Vem com os teus lábios dar-me um beijo!
- Tens frio? - Estás tão gelada
E morta, nas pálidas costelas que te vejo.
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Autor desconhecido
(1912)
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