Por detrás da névoa incerta,
Da bruma desconcertante,
Há uma verdade encoberta
Que é, por trás da névoa incerta,
Intemporal e constante.
Oh névoa! Oh tempo sem horas!
Oh baça visão instável!
Que mal meus olhos afloras,
Em vão transmutas, descoras...
Meu olhar é infatigável.
Quero saber-me quem sou
Para além do que pareço
Enquanto não sei e sou!
Nuvem que a mim me ocultou,
Ai! meramente aconteço.
Com menos finalidade
De que uma folha caída
Na boca da tempestade,
Porque ela é, na verdade,
Morte a caminho da Vida;
E eu não sei donde venho
Nem sei, sequer, p'ra onde vou.
Rompa-se a névoa encoberta!
Quero saber-me quem sou!
Reinaldo Ferreira
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