Desesperança extrema, altiva, e crua.
Silêncio sobre uma grande álea nua
Com troncos sem folhagens, como lanças.
Nenhum lenço a acenar frágeis lembranças.
Espaços baços, amplos, e sem lua.
Um vento igual, rasteiro, e sem que insinua
Resignações que fingem de bonanças.
O chão varrido e bem pisado, espesso
Como um peito esmagado em cujo avesso
Congelem subterrâneos de soluços.
E ao fundo, um pobre corpo abandonado...
Abandonado e a apodrecer, de bruços,
Com feridas que vão de lado a lado.
José Régio
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